MERCADOS FINANCEIROS

Praça do Comércio

A notícia mais importante da semana: a retaliação de Israel contra o Irão começou e terminou há poucas horas. Os principais alvos foram fábricas de mísseis e outros sistemas aéreos. O Irão já anunciou que os danos foram limitados e, a pouco mais de uma semana das eleições, o governo dos EUA procura evitar que o conflito se intensifique. Os mercados financeiros não tiveram tempo de reagir após o fecho para o final de semana. 

Olho no fogão: não sabes o que é síndrome hemolítico-urêmico? Nós também não! Mas não te preocupes, aparentemente a McDonald’s também não sabe… É que nos EUA, o número de pessoas que foram infetadas com a bactéria Escherichia coli depois de comerem no McDonald's continua a aumentar estando agora nas 75. A cadeia de fast food já caiu 7%.

A Tesla, outra vez: bateu as expectativas de todos os investidores e as ações* da Tesla alcançaram a maior subida, num dia, desde 2013! Apesar das receitas terem sido mais baixas do que o esperado, os resultados por ação foram 12 cêntimos (de dólar) superiores ao que os investidores esperavam e as margens, de 19,8%, superaram os aguardados 16,8%. Sim, os investidores não gostaram do teatro da semana passada, mas os números indicam que a Tesla continua saudável e resiliente na sua luta contra a BYD.

Bónus: a Microsoft, a Google e a Amazon entram numa central nuclear... ou em várias! Não é nenhuma anedota, as gigantes tecnológicas precisam de construir data centers para continuar a expandir os seus serviços, seja em cloud ou em inteligência artificial, e para isso precisam de energia. Muita energia. Daí, as empresas big tech estão a investir em energia nuclear!

ECONOMIA

A Nova Nova Ordem Mundial

A Cimeira do Grupo BRICS realizou-se esta semana em Kazan na Rússia.

Para os mais desatentos, BRICS é uma organização composta por 10 países com economias emergentes, como a Rússia, o Brasil, China, Índia, entre outros. Juntos, os BRICS representam cerca de ⅓ do PIB global, e quase metade da população mundial. 

O anfitrião Vladimir Putin usou este palco para tentar elevar a influência russa no plano mundial, e para contrapor os BRICS a instituições como o G7 e a NATO. No entanto, esta posição não é partilhada por todos, com o primeiro-ministro Indiano Narendra Modi a afirmar que os BRICS devem evitar ser “anti-oeste”.

Nesta cimeira, a Rússia defendeu a criação de um novo sistema mundial de pagamento alternativo à rede SWIFT, o que permitiria ultrapassar as sanções impostos à Rússia devido à invasão da Ucrânia. 

A China sublinhou o papel dos BRICS na garantia da segurança global, dando como exemplo o plano de paz na Ucrânia que China e Brasil apresentaram anteriormente, e que foi prontamente rejeitado por Zelensky. À margem desta cimeira, António Guterres deslocou-se à Rússia para falar com Putin sobre o cessar do conflito na Ucrânia, apesar de várias críticas.

Por enquanto os BRICS continuam a ser um grupo eclético e não totalmente organizado. Ainda assim, são um sinal de alerta para os líderes europeus e especialmente norte-americanos: a sua liderança global pode estar ameaçada!

EMPRESAS

Digi com a porta aberta

A autoridade da Concorrência autorizou que a Digi compre a Nowo.

A operadora Digi, que em breve chegará ao mercado português, tem via aberta para comprar a Nowo, a quarta maior do país em quota de mercado. A Digi ofereceu 150 milhões de euros para ficar com a Nowo, que até então pertencia à espanhola Lorca JVCo.

Com a autorização da Autoridade da Concorrência, a Digi pode concluir a compra de 100% das ações da Cabonitel, a holding da Nowo, passando a controlar ativos como licenças de espetro 5G, uma rede de fibra ótica FTTH e licenças de distribuição de canais de televisão que poderão ajudá-la a proporcionar ofertas móveis, fixas e conteúdos televisivos.

A Digi poderá trazer mais concorrência ao mercado, em benefício dos consumidores.

Ainda sem nenhuma informação concreta sobre a política de preços que irá seguir em Portugal, as expectativas apontam que a Digi ofereça uma “gama completa de serviços”, a preços mais baixos e curtos prazos de fidelização, como pratica em Espanha. 

A concorrência prepara-se, então, para apostar nos seus alter ego: Uzo (Meo), Woo (Nos) e Amigo (Vodafone), que se apresentam como alternativas low-cost e mais flexíveis.

A ACONTECER
Assina aqui, hermano

A Cimeira Luso-Espanhola culminou na assinatura de vários acordos de cooperação.

Esta quarta-feira, na 35.ª Cimeira Luso-Espanhola, Portugal e Espanha assinaram onze instrumentos de cooperação, entre acordos, memorandos de entendimentos e declarações de intenções em áreas como a água, ambiente ou cultura.

Destacam-se os acordos para a construção de duas pontes, uma sobre o rio Sever, e uma sobre o rio Guadiana; e o entendimento para os caudais dos rios Tejo e Guadiana, o que se espera que venha resolver o problema do desvio de água destes rios por parte dos espanhóis, situação que se arrasta à largos anos.

Rapidinhas

Quase 400 milhões de euros do OE2025 vão para as freguesias. A união de freguesias de Alcácer do Sal recebe a maior transferência.

Montenegro anunciou que Portugal vai pedir, ainda em outubro, o sexto cheque do PRR.

Simon Johnson, prémio Nobel da Economia, considera que é necessário limitar o poder que é dado aos multimilionários donos das gigantes tecnológicas.

Novobanco pode render 250 milhões em dividendos ao Estado, face ao fim do acordo de capital contingente.

Portugal e Espanha são os primeiros países a promover a formação profissional em áreas em que há falta de trabalhadores. O IEFP está a formar desempregados para trabalharem em adegas, hospitais ou com energias sustentáveis.

Segundo o ranking da Tax Foundation, Portugal é o segundo país da OCDE com a fiscalidade mais pesada sobre empresas e o quarto sistema fiscal menos competitivo.

NAUTA DA SEMANA
Sensei

Um pequeno passo para a Sensei, um salto gigante para o fim das filas.

A Sensei, uma startup portuguesa, acaba de garantir um financiamento de 15 milhões de euros para expandir as suas operações e abrir a “maior loja autónoma do mundo” nos próximos meses. Este é o maior investimento de sempre da empresa, que pretende consolidar a sua posição na Europa e chegar a novos mercados.

Mas o que é a Sensei?

Imagina entrares numa loja, escolher o que precisas e.… sair, sem passar pela caixa! É essa a experiência que a Sensei propõe, com uma tecnologia de inteligência artificial que elimina as tradicionais caixas registadoras. Com mais de 70 colaboradores, a Sensei já marcou presença em países como Portugal, Itália, Espanha e Brasil, e está a otimizar a experiência de compra com o seu sistema quase invisível, mas de impacto notável.

E no futuro?

Se pensas que 1.000 novos pontos de venda autónomos é um exagero, a Sensei não concorda! Até 2026, a equipa também vai crescer em 30% para garantir o suporte operacional necessário e conquistar o centro e norte da Europa. Então, se não gostas de filas, fica atento – o futuro está a chegar e promete ser muito mais rápido.

RECOMENDAÇÃO

5 maneiras de lidar com um colega que não respeita as regras

Esta semana voltamos aos artigos da Harvard Business Review. Todos nós temos colegas com os quais, por uma razão ou outra, chocamos de frente. 

É fácil ficarmos zangados, frustrados ou com sentimento de injustiça. Este artigo enumera cinco estratégias para abordar a questão sem criar hostilidade ou prejudicar a vossa relação de trabalho. 

ABC DO DINHEIRO
Ações