MERCADOS FINANCEIROS

Praça do Comércio - Berlim

Sabes quando estás numa rave em Berlim e o DJ larga aquele drop que anima a multidão? Não!? O nosso estagiário também não, porque foi para lá em trabalho…

Porém foi exatamente isso que aconteceu no mundo dos mercados financeiros. Já muito escrevemos sobre o papel dos Bancos Centrais na gestão da inflação vs. recessão… Hoje vamos escrever sobre o seu papel na gestão da pista de dança mais caótica que existe: a bolsa de valores!

Como esperado, o DJ mais conhecido por Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas de juro pela segunda vez este ano, o equivalente a um drop “daqueles”. Com o corte de 25 pontos percentuais base na taxa diretora de depósitos, agora nos 3,5%, as empresas terão acesso a mais capital. Os investidores, tal como ravers, animaram-se com o drop e a dança continuará… pelo menos por agora.

Embora o resultado não tenha sido êxtase puro (como ilustra o nauta-ómetro), deu resultado: as ações valorizaram, os juros aliviaram no mercado da dívida e o ouro bateu um novo recorde!

Mas será que a rave vai continuar? 

É aguardar para ver - esta semana há reunião da Reserva Federal dos EUA e há quem espere um corte semelhante, em pontos percentuais base, ao Europeu. 

Realmente, a vanguarda da música eletrónica continua a ser na Europa.

ECONOMIA

Protecionismos na era global

A guerra comercial entre a UE e a China continua a subir de nível.

No último mês, a União Europeia impôs um imposto alfandegário a vários produtores de automóveis chineses, para fazer face ao que a UE diz ser concorrência desleal, despoletada por apoios estatais milionários que o governo chinês dá aos fabricantes.

Segundo a Comissão Europeia, as subvenções chinesas resultaram numa diferença média de preço de 20% entre os automóveis elétricos fabricados na China e os fabricados na UE, colocando as empresas europeias em risco de sofrer perdas económicas insustentáveis. 

As tarifas impostas variam entre 7,8% e 35,3%, consoante a marca e o seu nível de cooperação com a investigação realizada pela Comissão Europeia. Foi ainda aplicada uma taxa de importação de 10%. A BYD, a Geely e a SAIC estão entre as empresas que enfrentam as tarifas mais elevadas. Os produtores europeus mostram-se preocupados pelo facto de o dinheiro público chinês poder ser encontrado um pouco por toda a cadeia produtiva, desde o fabrico dos carros e baterias até ao próprio transporte. 

Contudo, a BYD encontrou uma forma de contornar as tarifas ao abrir fábricas na Hungria, o que permite à marca continuar a vender carros bem abaixo do preço. 

Estão a decorrer negociações entre a CE e o Governo Chinês, antes de uma votação decisiva dos Estados-Membros, que pode ditar a aplicação das tarifas durante 5 anos. Por agora, a Comissão Europeia rejeitou uma proposta de entendimento entre as duas partes.

Para impedir que estas tarifas se tornem permanentes, será necessária uma maioria qualificada contra a proposta, ou seja, composta por 15 países que representem, pelo menos, 65% da população da UE.

NO ESCRITÓRIO

Show me the money!

Será que o Estado vai recuperar o dinheiro enterrado na Efacec?

António Costa e Silva reiterou que será “muito difícil” o Estado rever todo o dinheiro que foi injetado na Efacec, aquando da nacionalização desta empresa em 2020. Ainda assim, o ex-ministro da Economia acredita que o Governo pode vir a recuperar boa parte.

A Efacec é uma das maiores empresas do país, com presença internacional, e que opera nos setores da energia, ambiente, mobilidade e transportes. Foi comprada (66,1%) em 2015 pela infame empresária Isabel dos Santos, através de um negócio opaco e sob investigação. Em 2020, o Estado nacionalizou a Efacec após a empresa estar a atravessar um mau período financeiro, e no decurso da investigação do caso Luanda Leaks.  

Também alguns bancos portugueses ainda estão a tentar recuperar dívidas multimilionárias à filha do ex-presidente de Angola.

Rapidinhas

O Ministério das Finanças quer dar ferramentas de Inteligência Artificial à Autoridade Tributária para controlar os contribuintes.

Os professores portugueses recebem salários 9,4% inferiores à média registada nos 38 países da OCDE e 4,1% inferiores à média da União Europeia.

No arranque do ano letivo, faltam nas escolas portuguesas mais de 800 professores. Os baixos salários, a elevada carga de trabalho e as colocações longe de casa levaram milhares de professores a abandonarem a profissão.

Esta quarta-feira, o Governo aprovou a taxa mínima de IRC de 15% sobre multinacionais com receitas consolidadas iguais ou superiores a 750 milhões de euros.

A startup portuguesa Connected comprou a solução de conectividade da SpaceWay. "Em breve" vão lançar um serviço pessoal para envio de mensagens com recurso a satélites em zonas remotas com uma operadora norte-americana.

Se a nauta destaca, a empresa cresce! A Bling Energy levantou 2 milhões de euros e visa alcançar 3.000 clientes até 2026 ao expandir a sua oferta energética.

Americanos ricos estão a impulsionar o mercado imobiliário do Algarve. Os preços na região costeira subiram 30% no último ano e a oferta de imóveis de luxo é escassa.

Na Argentina, a remota província de La Rioja criou a sua própria moeda, o chacho, para tentar reanimar a sua economia moribunda.

A Rússia continua a ser o segundo maior fornecedor de gás da Europa. O relatório anual da União da Energia da UE mostra que a Europa depende da Rússia para quase um quinto das suas importações de gás.

Na quinta-feira, dois astronautas da missão Polaris Dawn a bordo de uma cápsula da SpaceX - um bilionário e um engenheiro - realizaram o primeiro passeio espacial privado.

NAUTA DA SEMANA
Famel

A Famel está de volta e, tal como uma mota clássica com kickstart, basta um empurrãozinho para sair disparada! A lendária marca portuguesa que fez as delícias dos motards nas décadas passadas está a preparar um regresso eletrizante. Joel Sousa, o visionário por trás deste renascimento, já angariou 2,45 milhões de euros, com o apoio do fundo Novus e do Banco Português de Fomento.

Com 100 reservas já feitas, a produção da mítica XF-17 elétrica arranca em 2025, com planos ambiciosos de alcançar 2.000 unidades por ano até 2029. E sim, metade dos componentes vai ser "Made in Portugal".

Agora, com a mira em toda a Europa, a Famel está pronta para voltar às estradas e às tuas memórias — mas desta vez sem o cheiro a gasolina!

RECOMENDAÇÃO

O que fazer quando sabes mais que o teu chefe?

Já te aconteceu estares no início da sua carreira e perceberes que, em algumas áreas, possuis mais conhecimento do que o teu chefe? 

Marlo Lyons publicou um artigo na Harvard Business Review, onde explica como os  jovens profissionais podem ter habilidades superiores em áreas específicas e oferece dicas para compartilhar esse conhecimento sem parecer arrogante, usando humildade e colaboração. 

Recomendamos-te a dar uma olhadela!

ABC DO DINHEIRO
Nacionalização